Histórias
Luís Mendes e Fernanda Mendes
O relógio ainda não marca as sete da manhã e Luís Mendes já passou pelo armazém frigorífico, onde guardou toda a fruta comprada na noite anterior, carregou a carrinha com várias caixas de fruta da época e deslocou-se até à Praça da República. Pouco tempo depois, chega a sua esposa, Fernanda Mendes, para o ajudar a descarregar a carrinha e preparar as duas bancas que ocupam no tradicional mercado da Praça da Fruta de Caldas da Rainha. Enquanto uma das bancas é decorada com fruta fresca, a outra é recheada com frutos secos, azeitonas, sementes e leguminosas secas…
Maria Fernandes
Natural de Gonçalo, uma aldeia no concelho da Guarda com uma forte tradição ligada à cestaria, Maria Fernandes é atualmente a única vendedora de cestos, entre outros artigos, na Praça da Fruta.Depois de se casar com um artesão de Gonçalo, que veio trabalhar como cesteiro para as Caldas da Rainha, Maria Fernandes abraçou o negócio do marido: uma banca de venda de produtos tradicionais na praça mais emblemática das Caldas da Rainha. Apesar da forte concorrência – chegaram a existir cinco bancas de cestaria na Praça da Fruta – a clientela era muita. “Agora há muito menos clientes”, diz Maria Fernandes, que teve de tomar conta do negócio da família após o falecimento do marido, há 33 anos. Com o apoio da filha…
Matilde Inácio
Bem no centro da cidade das Caldas da Rainha encontra-se a Praça da República, popularmente conhecida como Praça da Fruta. Todas as manhãs as bancas coloridas são montadas para mais um dia de trabalho no único mercado diário ao ar livre em Portugal.Duas dessas bancas pertencem a Matilde Inácio, uma vendedora de fruta e legumes que conhece a praça desde criança. Foi lá que ajudou os pais na venda da fruta até aos 22 anos, altura em que casou e se mudou para o concelho de Alcobaça. Ao longo de mais de 30 anos, a vida deu muitas voltas e, há 4 anos, voltou a trabalhar na praça que tão bem conhece, após ficar desempregada. Matilde Inácio produz quase tudo o que vende nas suas bancas e o que não tem no seu pomar, compra a produtores locais. Apesar de ter várias árvores de fruto tradicionais, como nespereiras, pessegueiros ou limoeiros, Matilde tem um gosto especial por frutas exóticas. As terras dos seus pais que antes eram utilizadas apenas para cultivar macieiras ou pereiras, são agora um verdadeiro campo de experimentação agrícola onde se cultiva desde maracujá, tamarilho e manga até araçá, líchia e kiwano. Alguns frutos vingam, outros não…
António Bêa
Encontrámos António Bêa junto a um dos seus pesqueiros favoritos em Peniche. Queríamos fotografá-lo e conhecer um pouco da sua história de vida enquanto fazia uma das coisas que mais gosta: pescar. Na verdade, António Bêa não é apenas um pescador inveterado, é também um ex-campeão nacional e regional de pesca desportiva, tendo representado Portugal em dois campeonatos do mundo da modalidade.O forte vento que se fazia sentir, porém, não permitiu que António mostrasse do que é capaz. Assim, optámos por fotografá-lo no local onde tem o seu barco atracado: a Praia do Quebrado…
Céu Pedrosa
Bajouca é uma aldeia onde o barro é moldado desde tempos ancestrais. Graças aos solos ricos em argila, a freguesia da Bajouca já foi um grande centro de produção de olaria, chegando a ter dezenas de oleiros em atividade. Atualmente são apenas seis as oficinas que produzem a tradicional louça decorada em tons de verde e amarelo, típica da Bajouca, entre muitas outras peças utilitárias e artísticas.A família de Céu Pedrosa ocupa um lugar de destaque na história da olaria local. Um legado que começou com o seu bisavô, há cerca de um século, e que prosseguiu com o avô, João Pedrosa, com quem Céu aprendeu a arte de moldar o barro. O seu pai, Manuel Pedrosa, foi o oleiro que teve a honra de moldar a grande talha que encima o Monumento ao Oleiro, inaugurado no centro da aldeia em 1999. Apenas um dos seus quatro irmãos não se dedicou a este ofício e na rua onde vive, a Rua das Olarias, encontra-se uma das principais olarias da Bajouca, fundada pelo seu tio.Rodeada de barro desde criança, Céu começou a fazer as suas primeiras peças aos…
Valentim Nunes
Valentim Nunes nasceu no seio de uma família de moleiros. Em 1926, o seu avô paterno, José Nunes, mudou-se com a família para a localidade de Moita dos Ferreiros, trazendo consigo um moinho de madeira desmontado e transportado em carros de bois. Catorze anos mais tarde, fundou e construiu o atual Moinho do Boneco, chamado assim por esta ser a sua alcunha. O pai de Valentim, António Nunes, foi o único de cinco irmãos que revelou desde cedo um especial interesse e aptidão para trabalhar no moinho da família. Além disso, casou-se com a filha de outro moleiro da freguesia com uma longa tradição familiar ligada aos moinhos de vento. Não admira que Valentim tenha começado a aprender a profissão de moleiro com apenas 8 anos de idade…
Alberto Jacinto
Alberto Jacinto nasceu em 1963 e aos oito anos começou a pescar e mariscar na companhia do avô, pescador e proprietário de terrenos agrícolas nas margens da Lagoa de Óbidos. Com ele aprendeu os segredos da pesca de enguias e da captura de amêijoas e berbigões, mas também aprendeu a respeitar e cuidar de um ecossistema frágil que precisa de ser…
Valdemar Lopes
Valdemar Lopes começou a pescar e mariscar na Lagoa de Óbidos aos 10 anos, ajudando o seu pai na faina diária. Seis anos mais tarde, tirou a licença de pesca e iniciou uma carreira de pescador e mariscador que já dura há quase 50 anos…
José Henriques
A frágil saúde de José Henriques já não lhe permite pescar com a frequência que gostaria mas, graças à companhia de um amigo de longa data, ainda realiza algumas pescarias a bordo da sua bateira na Lagoa de Óbidos.
João Amaro
Fomos recebidos nas instalações da Fundibronze, que como o próprio nome indica é uma empresa com fundição de bronze e metais não ferrosos para toda a indústria e vocacionada para a indústria naval. Conversámos com João Amaro, sócio-gerente da empresa, que prefere simplesmente definir a Fundibronze como “uma fundição técnica que também gosta de arte”…
Estêvão Henriques
Se a vida é uma viagem, Estêvão Henriques transporta uma imensa bagagem acumulada ao longo dos seus 78 anos de vida. Além de ter reunido uma vastíssima coleção de instrumentos de navegação e pesca, Estêvão traz consigo uma enorme bagagem cultural adquirida ao longo da sua vida…
Victor Maia
Victor Maia, neto de um carpinteiro naval de Castêlo da Maia que se mudou para Peniche, em busca de trabalho nos estaleiros na altura existentes, e filho do proprietário de um pequeno estaleiro de construção naval em madeira, seguiu as pisadas da família…
José Henriques
Foi no porto de pesca de Peniche que encontrámos José Henriques a arranjar as redes do barco Guerreiro do Mar. Enquanto cosia um pano de rede foi-nos explicando as técnicas da arte do cerco e contando histórias da sua vida que se cruzam com a história de Peniche…
Carlos “Perniças”
Uma vida inteira ligada ao mar. Carlos “Perniças” começou muito jovem a soltar os covos da lagosta no barco do seu pai entre os Farilhões e as Berlengas. Essa foi a sua vida durante 19 anos até as lagostas começarem a escassear devido ao excessivo uso de redes. Por essa razão, decidiu partir para os Açores onde as lagostas abundavam…
Sr. Joaquim
Entre trabalhar no campo, pescar no mar e apanhar marisco na lagoa de Óbidos, o Sr. Joaquim fez um pouco de tudo ao longo dos seus 91 anos de vida…